O Prêmio Crea-PR Engenheira Enedina Alves Marques, é organizado pelo Comitê Mulheres do Crea-PR.
O nome é uma homenagem à Engenheira Enedina Alves Marques, primeira mulher formada em Engenharia Civil no Paraná, em 1945, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná, e que se tornou a primeira Engenheira Civil negra do Brasil.
A homenagem com o nome do Prêmio é um reconhecimento de sua história de vida de muita luta e superação de obstáculos.
Para receber a premiação é indicada uma profissional com título em cada uma das seis modalidades das Câmaras Especializadas do Crea-PR (Agronomia; Agrimensura e Engenharia de Segurança do Trabalho; Engenharia Civil; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica e Metalúrgica; Engenharia Química, Geologia e Minas), para serem homenageadas com o Prêmio Crea-PR Engenheira Enedina Alves Marques.
Os nomes dessas profissionais de destaque escolhidas são resultado de sugestões vindas das Entidades de Classe, Instituições de Ensino, Colegiados e CreaJr-PR. O Prêmio demonstra a valorização do papel das mulheres nas Engenharias, Agronomia e Geociências.
Quem foi Enedina Alves Marques
Enedina Alves Marques foi a primeira mulher diplomada em Engenharia Civil na região Sul do Brasil, em 1945. A sua formatura foi marcada como um fato de grande curiosidade para a sociedade curitibana, por ter conseguido transpor um espaço hegemonicamente masculino e branco. Aos 32 anos, a curitibana Enedina foi o destaque na solenidade de formatura de Engenharia ao lado de 32 homens, no prédio Palácio Avenida, no Centro de Curitiba.
Quem foi Enedina Alves Marques
Enedina Alves Marques foi a primeira mulher diplomada em Engenharia Civil na região Sul do Brasil, em 1945. A sua formatura foi marcada como um fato de grande curiosidade para a sociedade curitibana, por ter conseguido transpor um espaço hegemonicamente masculino e branco. Aos 32 anos, a curitibana Enedina foi o destaque na solenidade de formatura de Engenharia ao lado de 32 homens, no prédio Palácio Avenida, no Centro de Curitiba.
Ainda no evento, houve um estranhamento dos convidados no momento de entrega do diploma porque até o final da época da Segunda Guerra Mundial, em Curitiba as mulheres que queria seguir alguma carreira, em sua maioria, eram professoras. Na formatura, Enedina foi acompanhada pela madrinha Iracema Caron e o marido, que lhe deram de presente o vestido para o evento.
Os pais e os familiares de Enedina não estiveram nos eventos que marcaram a diplomação da filha, embora fossem vivos. Os pais Paulo Marques e Virgília Alves Marques, casal de negros, chegaram à Curitiba na busca de melhores condições de vida, sem registro de sua exata procedência, mas provenientes do êxodo rural ocorrido após a abolição da escravatura em 1888. Dona Virgília, conhecida como Dona Duca, foi doméstica, cuidou da casa, da família e trabalhou como lavadeira para várias famílias, para ajudar a manter as despesas domésticas.
Mas o casal separou-se e Dona Duca, juntamente com alguns filhos, sendo Enedina a única mulher, foi trabalhar e morar com a família do paranaense militar intelectual republicano Domingos Nascimento, no bairro Portão, então localizado nos arredores de Curitiba. Conta-se que mesmo depois da morte do patrão em 1915, Dona Virgília, Enedina e alguns dos seus irmãos continuaram a trabalhar e viver com a família Nascimento durante mais de três décadas.
Ela teve uma infância pautada no aprendizado e no fazer das tarefas domésticas, como era comum às crianças de classes mais baixas da sociedade curitibana do período.
A adolescência de Enedina foi marcada pelo trabalho doméstico em casas de famílias e a diplomação como professora normalista em 4 de dezembro de 1931. Contudo, entre os anos de 1932 e 1935 ocorreu uma pequena interrupção nas atividades como empregada doméstica, pois ela se tornou professora da rede pública de ensino em diversas cidades no interior do estado.
O retorno de Enedina ao trabalho doméstico, na casa da família Caron, mesmo sendo professora, a teria impedido de alcançar outros objetivos pessoais, como o ingresso no curso superior. Assim, ela buscou trabalhar e morar na casa de novos patrões, para superar a longa distância entre a e os novos espaços de formação educacional.
Trajetória Educacional de Enedina
Enedina foi uma aluna inteligente e aplicada nos estudos. A sua alfabetização foi efetuada aproximadamente aos 12 anos, na Escola Particular da Professora Luiza Netto Correia de Freitas. Em seguida, fez o exame de pró-eficiência e foi transferida para o grupo escolar anexo à Escola Normal, onde concluiu o curso primário e o complementar, sempre durante o período noturno.
Em 1926 ingressou na Escola Normal Secundária, o Palácio das Instruções, situada na Rua Emiliano Perneta, esquina com a Rua Voluntários da Pátria, onde recebeu o diploma que a credenciava ao ensino.
Em 1935 Enedina lecionava e retornou à sala de aula na condição de aluna para se qualificar através do Curso Madureza no Ginásio Novo Ateneu, até 1937. O mesmo se enquadrava nas novas determinações das leis de educação do Estado, que reproduziu o Artigo 100 do Decreto Federal. Dentre as novas determinações estava aquela que os professores deveriam fazer uma capacitação profissional de três anos para o exercício do ofício de professor com recursos próprios e um curso complementar para ingresso em curso superior. A passagem de Enedina pelo curso complementar de Pré-Engenharia aconteceu entre os anos de 1938 e 1939.
Características de Enedina
Enedina Alves Marques foi uma mulher forte, resiliente, pioneira, ousada, corajosa. Toda a história de Enedina é muito forte, muito marcante e sofrida também, embora ela não se queixasse deste sofrimento. Ela empregava toda a sua energia para superar qualquer obstáculo que surgisse (ou fosse colocado) em seu caminho sem manifestar raiva ou mágoa de ninguém.
Enedina aliou capacidade intelectual com força e determinação e aproveitou todas as oportunidades que surgiram em sua vida. Também soube criar oportunidades para mudar o destino que aparentemente estava traçado para ela. Essa mudança foi por meio da educação. Não mediu esforços para alcançar seus objetivos.
Algumas de suas características são impressionantes: força, coragem, resistência, ousadia (sonhar ser engenheira, sendo uma mulher negra e pobre a ingressar na UFPR) e capacidade de sonhar com um futuro diferente do que era pensado para mulheres como ela.
Ela passou por situações como ser a única mulher em um curso pensado para homens; ser a única pessoa negra em um ambiente pensado para homens brancos; ser pobre em um curso para ricos. Foi este o ambiente que Enedina teve que enfrentar para conseguir realizar seu sonho de ser engenheira e abrir caminhos para outras tantas mulheres no campo da Engenharia.
Fonte:
SANTANA, Jorge Luiz. Enedina Alves Marques: a trajetória da primeira engenheira do sul do país na Faculdade de Engenharia do Paraná (1940-1945). Revista Vernáculo, nº 28, 2º sem/2011 (https://revistas.ufpr.br/vernaculo/article/view/33232/21293)
Graduada pela Universidade Federal do Paraná, em 1985. Especialista em Desenvolvimento Rural, Agricultura Biológica Biodinâmica, Gestão Pública e Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural.
Desde a formação acadêmica atua em defesa e pelo fortalecimento da agricultura familiar.
É extensionista rural no IDR-Paraná (antiga EMATER) desde 1986, com mais de três décadas de atuação na área rural e agrícola. Iniciou sua carreira em Corbélia/Região Cascavel em 1987, e desde então desempenhou papéis importantes, incluindo Gerente Regional e Coordenação Estadual de Projetos na área de Segurança Alimentar e Nutricional, Mercados e Agroindústria Familiar. Atualmente atua na equipe estadual de organizações sociais e mercados do IDR-Paraná.
Sempre atuou nas entidades de classe desde a formação acadêmica nos Centros acadêmicos e Grupo de Agroecologia, e como profissional no SENGE, onde foi diretora regional desde 2000 e como diretora estadual desde 2010. Participa também do Coletivo Estadual de Mulheres do SENGE e da FISENGE.
Câmara Especializada De Agrimensura E Engenharia De Segurança Do Trabalho - CEAEST
CREA-PR 16719/D
Graduada pela Universidade Federal do Paraná, em 1985. Especialista em várias áreas de docência, em especial em Psicopedagogia e Mestre em Educação.
Durante alguns anos atuou como engenheira do setor público e privado atuando nas áreas técnicas e de gestão.
A realização profissional aconteceu na docência nos diversos níveis da área educacional, ensino fundamental, médio e superior em cursos da área tecnológica. Neste lecionou disciplinas como topografia, cartografia e cálculo dentre outras.
Sua experiência abrange desde a atuação como professora de matemática e topografia até a revisão de materiais didáticos, refletindo sua paixão pela disseminação do conhecimento e pela precisão técnica. Contribuiu significativamente para a formação de futuras profissionais, através de seu trabalho em instituições de ensino de prestígio.
Incentivou o desenvolvimento de novas tecnologias, evidenciado pela orientação de trabalhos de conclusão e protótipos, não apenas prepara para o futuro, mas também beneficia o setor industrial com inovações práticas. Essas qualidades destacam-a como uma líder inspiradora na educação em engenharia.
Graduada pela Universidade Estadual de Maringá. Mestre e Doutora em Engenharia. Atualmente é professora Adjunta da Universidade Estadual de Maringá – UEM, Coordenadora do Laboratório de Saneamento Ambiental (LASAM DEC/UEM) e Coordenadora da Pós-Graduação em Engenharia Urbana – PEU/UEM.
Atua no desenvolvimento de projetos e pesquisas na área de hidráulica e saneamento, com destaque em Técnicas de Tratamento de Águas e Efluentes, Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos e Gestão de Riscos em Sistemas de Saneamento e Recursos Hídricos.
Possui experiência inovadora em ensino, desenvolvimento de projetos e pesquisas na área de Engenharia Civil, com ênfase em hidráulica e saneamento, com destaque em Técnicas Avançadas de Tratamento de Águas e Efluentes, Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos, Avaliação e Gestão de Riscos e Gerenciamento de Recursos Hídricos e, nessas atividades sempre atuou com rigor e excelência técnica. Ao longo de sua carreira como profissional docente, tem contribuído para o acolhimento de estudantes tanto da graduação quanto da pós-graduação e promovido de forma inovadora, muitos avanços conforme demostra o seu currículo e, em especial a sua Patente Privilégio de Inovação (Número do registro: PI05031575- título: Processo de tratamento de efluente químico de laboratório por oxidação pelo reagente Fenton seguida de precipitação do sulfato. Ano de obtenção), obtida em 2005.
Câmara Especializada De Engenharia Elétrica - CEEE
CREA-PR 67348/D
Graduada pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com especialização em Proteção de Sistemas Elétricos, Finanças, MBA Executivo em Administração e em Desenvolvimento Humano de Gestores.
Atuou como professora de pós-graduação em mercado de energia e regulação do setor elétrico com passagem pela Universidade Positivo, Fundação Getúlio Vargas e UniSociesc-Joinville.
Iniciou na Copel como técnica em eletrônica, atuou como engenheira de proteção de sistemas e exerceu posições de liderança nas áreas de eficiência energética, regulação, tarifas e em comercialização de energia. Recentemente desempenhou a função de Head de Mercado de Energia com coordenação das atividades de planejamento, gestão de portfólio e de risco.
Câmara Especializada De Engenharia Florestal - CEEF
CREA-PR 4186/D
Graduada pela Universidade Federal do Paraná, em 1973. Especialista em Gestão Ambiental e Manejo Florestal.
Especialista na coordenação e desenvolvimento de projetos relacionados às questões ambientais, com destaque a execução de due diligence, inclusive desenvolveu uma metodologia própria para execução de due diligences ambientais. E Especialista em planejamento e execução de inventários florestais em florestas nativas e plantadas.
Foi Presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Pericias de Engenharia do Paraná e Conselheira Titular do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná.
Perita Judicial e Assistente Técnica em diversas Comarcas do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Engenheira Metalúrgica e de Materiais Ana Sofia Clímaco Monteiro D’Oliveira
Câmara Especializada De Engenharia Mecânica E Metalúrgica - CEEMM
Graduada pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, em 1989. Doutora em Metalurgia e Materiais pela Universidade de Birmingham da Ucrânia, 1993.
Iniciou suas atividades como professora do Departamento de Engenharia Mecânica (DEMEC)de Universidade Federal do Paraná em 1994 sendo aprovada em concurso para Professora Titular em 1995.
Coordenadora dos Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (2004-2006) e em Engenharia e Ciência dos Materiais (2013-2017), Membro do conselho de planejamento da UFPR (2008-2012), Coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da UFPR, na Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (dede 2017).
Líder do Grupo de Engenharia de Superfícies/CNPq e é responsável pelo Laboratório de Manufatura Aditiva e Engenharia de Superfícies/UFPR. Coordenação de diversos em projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico financiamento nacional e internacional em cooperação com o setor industrial.
Atuou na formação direta de mais de 150 alunos de graduação (TCC e IC), e mais de 80 orientações em nível de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Autora ou coautora cerca de 350 publicações científicas e tecnológicas, incluindo artigos científicos, capítulos de livro, patentes e processos tecnológicas.
Pesquisadora de Produtividade 1D do CNPq. Pesquisadora Visitante do IST, Lisboa, Portugal (1996), da Universidade da California em Santa Barbara, USA (2009 e 2012), Universidade de Cranfield, UK (2015) e da Universidade de Birmingham, UK (2019, 2020).
Diretora fundadora da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração, Seção Paraná 2005-2009. Editora Chefe da Revista Soldagem &Inspeção 2012-2016.
Membro do comitê editorial: Materials Research (dede 2022), Materials Performance and Characterization (dede 2016), e Surface and Coatings Technology (dede 2014).
Premiações recentes: Medalha do Mérito, Menção Honrosa e a inscrição no Livro do Mérito do Sistema Confea, em 2019; Troféu Professora de Engenharia, IEP, em 2021; Bernhard Gross Award/ACS Publications Prizes, B-MRS, em 2021; e Bernhard Gross Award, B-MRS, em 20222.
Câmara Especializada De Engenharia Química, Geologia E Minas - CEGM
Graduada pela Universidade Federal do Paraná, em 1960. Doutora em Metalurgia e Materiais.
Natural da antiga Iugoslávia, Mila Aguilar transferiu-se para o Brasil em 1952 e transformou-se numa semente de robusta qualidade em solo brasileiro, gerando uma Profissional que muito contribuiu para o entendimento da Química em Centros de Pesquisas e Universidades do Paraná.
Lecionou por 30 anos ininterruptos em sala de aula, participando na formação de centenas de Engenheiros Químicos Paranaenses, transmitindo de maneira simples, a Fundamental e Complexa Disciplina da Termodinâmica. Reformulou o conteúdo programático, com posturas de maior compromisso, referente ao ensino da Química voltado para a formação do cidadão, contribuindo para mudanças significativas de atitudes dos educandos. Colaborou com a institucionalização na Universidade, o movimento Musicato de Mpbila, iniciado em 1968/1969, evento cultural anual com a apresentação de composições próprias dos alunos do Curso de Engenharia Química da UFPR.